Nesta sexta-feira (14), no auditório do Centro Administrativo São Sebastião, a Prefeitura do Rio divulgou os resultados do Censo de População de Rua 2022. Realizado em novembro do ano passado, pela Secretaria Municipal de Assistência Social e pelo Instituto Pereira Passos, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, o Censo fez a contagem e levantou o perfil de pessoas em situação de rua em todas as regiões da cidade. Segundo do tipo a ser realizado pelo município, o levantamento será utilizado como base para a criação e qualificação de políticas públicas direcionadas à população em situação de rua.
“O Censo da população de rua é o motor para que a Secretaria Municipal de Assistência Social possa aprimorar políticas públicas e trabalhar diretamente na redução de pessoas em vulnerabilidades. É importante pensar também que esta situação é fruto de um desequilíbrio social”, explicou o Secretário de Assistência Social, Adilson Pires.
Para operacionalizar a pesquisa, foram criados grupos de trabalhos, constituídos por representantes dos órgãos municipais envolvidos no projeto, que se reuniram por mais de um ano, a fim de definir a estruturação da pesquisa. Também foram feitas reuniões com a Sociedade Civil e com representantes do sistema de garantia dos direitos. Na metodologia utilizada, o público-alvo eram as pessoas que dormiram pelo menos uma vez nas ruas nos 7 dias que antecederam ao censo e pessoas oriundas de situação de rua que estavam em unidades de acolhimento, comunidades terapêuticas, centros de atenção psicossociais (CAPs AD) ou emergências.
“O Censo Pop Rua 2022 segue a mesma metodologia do Censo 2020, garantindo pela primeira vez uma série histórica e comparabilidade dos dados. Além de um retrato da População em Situação de Rua, já temos um vislumbre da dinâmica desse fenômeno na cidade. Com os dados e evidências coletados pelo trabalho do Censo, poderemos ter políticas públicas bem alicerçadas como resposta à redução das vulnerabilidades sociais”, esclareceu o presidente do Instituto Pereira Passos, Carlos Krykhtine.
Durante o trabalho de campo, realizado entre os dias 21 e 25 de novembro de 2022, foram percorridos 1.872 roteiros de rua e 57 cenas de uso de drogas, identificando 7.865 pessoas em situação de rua na cidade. Cerca de 80% do público-alvo eram pessoas que se encontravam na rua, enquanto somente 20%, estavam em instituições. Nesse primeiro grupo, a grande maioria, 64% do total, estava na condição “na rua”, os 16% restantes, também estavam na rua, mais especificamente em cenas de uso de drogas. Entre todos os pesquisados, 17,4% possuem residência fixa e 55% ainda mantêm contato com a família.
“O Censo de população em situação de rua do Rio de Janeiro foi uma construção coletiva, que envolveu diferentes órgãos da Prefeitura. Essa intersetorialidade é fundamental, pois as questões dessa população são múltiplas e precisam ser vistas como alvo de políticas setoriais diversas, na intenção de aperfeiçoamento das ações já existentes e criação de iniciativas mais assertivas de atendimento a esse público”, afirmou a Diretora de Projetos Especiais do IPP, Andrea Pulici.
O trabalho de campo foi feito através da contratação de uma empresa especializada em pesquisa, a Qualitest – Inteligência em Pesquisa, selecionada através de uma licitação pública. Além de já ter prestado serviços de pesquisa de campo ao IPP, a empresa tem em seu currículo a realização do censo de população de rua na cidade de São Paulo. Mesmo com a contratação, representantes da prefeitura participaram de todas as fases do trabalho de campo, desde a coleta até o tratamento dos dados. O estudo completo está disponível no site oficial do levantamento.