A cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, Jacqueline Ward, esteve na manhã desta sexta-feira (13/1) no Centro de Operações Rio (COR) para conhecer um pouco do resultado da parceria estabelecida entre a Prefeitura do Rio e a agência espacial americana Nasa. Pensado com o objetivo de compartilhar dados, modelos e conhecimentos científicos e operacionais, o acordo entre as instituições permite que a Prefeitura obtenha resultados aplicáveis, que ampliam a capacidade de prevenção a desastres e a adaptação da cidade às mudanças climáticas.
– Para mim é uma experiência muito especial estar aqui no COR conhecendo os recursos da cidade do Rio para prevenção e resposta a desastres naturais. E é um orgulho ainda maior saber que a parceria da Nasa está contribuindo para aprimorar o monitoramento, garantindo ainda mais segurança e proteção para os cariocas – afirmou Jacqueline Ward, acompanhada do adido de Educação de Cultura, Mark Carr, e Alton King, Especialista de Assuntos Ambientais, ambos componentes do consulado americano, além de diversos representantes da Prefeitura.
Renovado em 2021, o trabalho em conjunto permitiu o desenvolvimento de uma ferramenta que auxilia no monitoramento durante as chuvas do verão carioca: o modelo de Avaliação de Perigos de Deslizamento para Consciência Situacional (Lhasa Rio), que permite acompanhar os riscos de deslizamentos de terra na cidade. A ferramenta, usada pelo Centro de Operações Rio durante as tempestades, foi construída pelo Instituto Pereira Passos (IPP) em parceria com a Nasa e com a Fundação Geo-Rio.
– A parceria é super importante e está gerando frutos para ambas instituições: ao adaptar os modelos globais para o local, a agência espacial americana pode verificar a eficiência do modelo e, a partir dos aprendizados no Rio, replicá-lo ajudando outras cidades. Para o Rio, o Lhasa ajuda a salvar vidas, isso por si só é um ganho excepcional para a cidade – ressaltou Carlos Krykhtine, presidente do Instituto Pereira Passos.
Para o verão de 2023, o Lhasa Rio ganhou uma novidade: agora, além de saber onde a precipitação está mais forte e onde há perigo de deslizamento de terra, o COR consegue monitorar se esses riscos podem atingir imediações de ruas, avenidas e estradas da cidade. Usando uma hierarquia de classificação de vias, a nova ferramenta mostra onde pode haver escorregamento de terra e se há logradouros importantes por perto, permitindo mais velocidade nas decisões da Prefeitura, como por exemplo, o fechamento de vias.
– Esta é mais uma ferramenta que auxilia o nosso trabalho de monitoramento da cidade, principalmente em dias de chuva. Ter cooperação com a Nasa, uma das maiores pesquisadoras do mundo, é super importante para o Centro de Operações Rio, não só do ponto de vista da operação da cidade, mas para que estejamos sempre na vanguarda da tecnologia – disse Alexandre Cardeman, chefe executivo do COR.
O Rio foi a primeira implementação local e operacional do modelo global de deslizamento de terra da Nasa. Hoje, o modelo é usado pelo Centro de Operações Rio como um dos seus gatilhos para decidir se a cidade muda seu nível operacional durante os eventos de chuva. A parceria com a agência espacial prevê ainda um modelo de previsão de inundações urbanas e uma aplicação que permitirá emitir alertas de qualidade do ar.
– Apresentamos hoje as aplicações voltadas à rotina de operações e prevenção de desastres da cidade. Temos também outras iniciativas na parceria, como estudos sobre a elevação do nível do mar por conta das mudanças climáticas, ilhas de calor urbano, relação qualidade do ar e saúde pública e também já fizemos projetos de educação e divulgação científica com a Educação – finalizou Felipe Mandarino, coordenador técnico de Informações da cidade do Instituto Pereira Passos.